O presidente do ceja (conselho europeu de jovens agricultores) apela à criação de incentivos sólidos para os agricultores - Jovens agricultores cruciais para a vitalidade das zonas rurais

O Presidente do CEJA, Jannes Maes, que participou recentemente no III Fórum Qualidade e Competitividade Agroalimentar em Moçambique, a convite da AJAP, onde foi um dos oradores, revelou alguns anseios e perspetivas em relação ao futuro dos Jovens Agricultores.


«A importância e o reconhecimento de um estatuto global e de políticas para os Jovens Agricultores, só é possível acontecer quando esta massa for devidamente reconhecida. Vivemos num mundo que está em rápida mudança e com cada vez mais gente, o que significa que necessitaremos de mais bens alimentares, que só serão possíveis através de produção em massa e de menos desperdício alimentar.


É crucial começarmos a agir já, e temos várias etapas que poderão ajudar nessa mudança. Uma estrutura consistente pode ser concedida por organizações sólidas, como a AJAP e o CEJA, nos campos europeus. Uma organização estruturada é capaz de formar pessoas, fazer chegar mais e melhor conhecimento aos Jovens Agricultores, seja na Europa, em África, na Ásia ou na América.
A produção de alimentos, envolve mais do que apenas produzir. A produção de alimentos e a agricultura, baseia-se no empreendimento e num empenho ímpar. Creio que investir na agricultura, nas áreas rurais, em novas gerações de agricultores será o caminho para o desenvolvimento e para acabarmos com a fome.»


Jannes Maes, esteve também presente na reunião informal dos Ministros da Agricultura, na Áustria, onde discursou relativamente à construção do futuro de áreas rurais vitais e à produção de alimentos de qualidade na União Europeia.
Num comunicado de imprensa emitido pelo CEJA, ficou clara a importância de investir em medidas sólidas e ambiciosas na futura PAC (Política Agrícola Comum) que apoiem os jovens agricultores.


«Se os jovens sentirem que não podem ter uma vida adequada como agricultores, não permanecerão no setor. Os jovens das áreas rurais necessitam de ter oportunidades e garantias se quiserem ficar no campo, trabalhar e morar lá. Sem eles, as áreas rurais perderão a vitalidade, bem como um acelerado despovoamento.

Um rendimento estável e competitivo para os jovens agricultores está em foco, como forma de assegurar o desenvolvimento das áreas rurais. O papel da União Europeia é, portanto, apoiar os jovens agricultores através de medidas mais ambiciosas na futura PAC.
O CEJA acredita que é imprescindível caucionar mais de 2% dos fundos do I Pilar para os jovens agricultores. Uma definição forte e concreta para o agricultor ativo, também permitirá uma melhor redistribuição dos pagamentos diretos para aqueles que realmente necessitam.

O CEJA enfatiza também a necessidade de uma abordagem coletiva a nível da UE, para que as comunidades rurais possam beneficiar do mesmo apoio, independentemente da sua localização.
Os Jovens Agricultores precisam dos incentivos certos para investir no seu futuro e deverão ser devidamente apoiados na prossecução destes esforços na PAC após 2020. Isto, por sua vez, alimentará a vitalidade, o dinamismo e a preservação cultural do campo.»

 

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Presidente do CEJA Jannes Maes e o Diretor Geral da AJAP, Firmino Cordeiro